Ela observava a foto, não tinha certeza de quanto tempo havia se passado, parecia ter sido a poucos meses ou que anos haviam passado, indecifrável... Perto e longe ao mesmo tempo, quase como olhar outra vida era pior do que se olhar no espelho, o espelho lhe mostrava a verdade inegável, aquilo que se é, mas a foto mostrava o que se foi e o vazio que aquilo deixou doía mais do que qualquer coisa que ela já havia sentido.
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Era estranho ver que alguém que sempre estava ao seu lado mudara a tal ponto que ela nem mesmo conseguia reconhecê-lo. Mesmo assim ao avistá-lo de longe um turbilhão de sentimentos a dominava inexplicavelmente... Será que as coisas seriam assim sempre, ter que deixar as pessoas seguirem em frente significa perdê-las?..

Alguns diriam que era drama, outros que seria uma fase que logo passaria, mas será mesmo? Certamente eles não diriam isso se tivessem aquele aperto no peito, aquele sentimento de perda que acompanhavam suas noites mal dormidas... Saudade, era essa a pior parte, saudade do riso fácil, das horas de conversa, do abraço sincero, detalhes tão pequenos que podem ser facilmente esquecidos...

Então mais uma vez ela respirou fundo, recolheu os cacos de vidro e as fotos rasgadas do chão, junto com todo o sentimento que ainda havia dentro dela, inspirou, jogou tudo no lixo, expirou, em seguida com o soluço ainda preso em sua garganta, correu até o banheiro, onde a água quente ajudaria a amenizar a dor de todas as cicatrizes...

Após o fim, só nos resta recomeçar...


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