A música reverberava de tão alta, a melancolia escorria das palavras e da própria melodia era tristeza em forma de música, era música em forma de tristeza, desligou-se do mundo e conectou-se a música, ela refletia seu estado naquele momento o pijama amassado após os incontáveis dias jogada na cama, a única companhia que tinha era a solidão, riu de si mesma, notou que se tornara uma piada pronta, quebrara as regras que havia criado e fez exatamente o que jurou que não faria: desistiu.


Era um sentimento difícil de descrever, parecia uma apatia infinita, dessas que deixam como única vontade não fazer nada, apenas ficar parada, junto com um comichão, que parecia com cochichos ecoando em sua mente, aquele som irritante próprio de quando há um número elevado de pessoas num local fechado, você consegue imaginar como é ouvir aquele burburinho dentro da própria cabeça, ininterruptamente?

Acordou num sobressalto, era noite a casa parecia sombria e seus olhos demoraram se acostumar com a escuridão, por um momento sentiu-se sufocar, como se a escuridão estivesse entrando misturada ao oxigênio, congestionando suas vias aéreas, começou a divisar os contornos dos objetos graças a claridade que entrava pela janela, ficou ali observando e redescobrindo os objetos do quarto, os frascos e potes em cima da cômoda, a moldura do espelho e os enfeites da estante e no meio de tanta coisa familiar se deixou levar pelas lembranças... Fechou os olhos com força, as lágrimas voltavam contra a sua vontade e uma dúzia de vozes ecoavam em sua cabeça, a mais alta questionava: Até quando?

Lusco-fusco, era seu momento preferido do dia, quando noite e dia pareciam se encontrar e se fundir, apenas o rastro do sol desvanecendo aos poucos, não lembrava de ter aberto a janela, mas fitou o céu, enquanto pouco a pouco à noite tomava conta, viu algumas nuvens dispersas e as estrelas começarem a brilhar, sentiu o ar fresco que entrava pela janela. Calmamente saiu da letargia, ou melhor, da cama, caminhou até a janela, como se algo a atraísse e sentou no beiral da janela, respirava devagar sentindo todos os cheiros da cidade a invadindo calmamente. Continuou observando o céu, indefinidamente.

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Nota: Olá amores! Esse é um (mini) conto que tava meio perdido, meio não acabado rs... Espero que gostem!


Beijosz!
-Bia Pupato


2 Comentários

  1. oi, oi.

    acho que eu me vi nesse teu conto. consigo bem ser a personagem. motivo: sempre quando o medo de assola eu desisto do que tanto quero e me amparo na solidão. talvez seja um erro, mas é assim que as coisas funcionam comigo.

    tento pensar que se isolar e pensar direitinho sobre os próximos passos é a melhor coisa a se fazer.
    bjs!
    Não me venha com desculpas

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    1. É cada um tem seu tempo e sua forma de lidar com as coisas..
      Não acredito que tenha jeito certo ou errado, são apenas formas diferentes!

      Beijosz!
      Obrigada pelo comentário e pelo apoio de sempre! ;)

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